
O que Podemos Aprender com os erros de Jonas?
A fraqueza do homem e a graça de Deus. Jonas, filho de Amitai, profeta bastante ativo durante o reinado de Jeroboão II, no reino Norte de Israel, entre os anos de 787 e 747 a.C.
Jonas viveu num tempo dificílimo e sob o regime de um rei perverso, que "fez o que era mal perante os olhos do Senhor" (II Reis 14:24). Jonas tinha consciência de que nos seus dias a grande ameaça para Israel era a Assíria, cuja capital era Nínive. De acordo com II Reis 15:19, esta era, naqueles dias, a consciência de qualquer cidadão em Israel.
Você já ouviu alguém dizer: "Não erre para aprender, aprenda com o erro dos outros".
I) Quando Deus fala, fugir é perigoso
1. Quando é Deus quem está falando, Ele é claro e muitas vezes detalhista. "Veio a Palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo...” (Jonas. 1:1) Neste caso Ele deu o endereço, a mensagem e disse o porquê).
2. Há uma grande diferença entre a resposta de Jonas e a de Abraão ao ouvir a ordem do Senhor... Em Genesis. 22:2 disse o Senhor para Abraão: "Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi"... veja como ele responde no v.3: "Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou a lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera".
3. Mas em vez de ir para Nínive, Jonas rebelou-se e fugiu. Foi para Jope, cidade marítima a cerca de 55km ao norte de Jerusalém. Lá ele comprou uma passagem em um navio cargueiro que ia para Társis, uma cidade na Espanha conhecida por seus poderosos navios e fundição de metais preciosos. Era uma cidade corrupta que representava prosperidade, sucesso e poder. Ora, os navios mercantes do Mediterrâneo nos dias de Jonas navegavam entre Jope e Társis, parando em outras cidades portuárias na Grécia e na Turquia. Logo, a viagem de Jonas provavelmente foi planejada para ser uma jornada de três a quatro semanas.
II) Crise de Oração na vida de um profeta
1. O que pode acontecer quando não oramos? A crise de Jonas, antes de tudo foi "crise de oração". Por que a Bíblia insiste tanto para que oremos?
2. Para Paulo orar não era uma opção, era uma questão vital, imprescindível, uma questão de sobrevivência: Para a Igreja de Tessalônica ele diz: "Orai sem cessar" (I Tesssalonicenses 5:17). Para a igreja de Roma, (Romanos. 12:12) "Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração"; para a igreja de Éfeso (Efésios. 6:18) "Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos,".
3. Jesus tinha uma disciplina rígida de oração: Ele começa seu ministério orando e jejuando 40 dias (Mateus. 4) "E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;". Em Mateus. 14:23 está escrito: "E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte". Foi Ele quem disse: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca". (Mateus 26:41).
4. A igreja primitiva nasceu numa atmosfera de oração e cresceu nesta atmosfera (Atos 1:14; 2.42)
5. Quando não oramos:
(1) Em vez de responder pra Deus, "eis-me aqui..." dizemos, "não conta comigo" (Levantamos para fugir... v.3). Quando você não ora, está dizendo para Deus: "não conte comigo".
(2) Perdemos o senso de direção e "pegamos barco errado". "...tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Tarsis;" (Mas não era o lugar indicado pelo Senhor). v.3 Ausência de oração é demonstração de insubmissão ao Senhor.
(3) Deixamos de ser agente de benção para ser a "causa" do sofrimento dos que caminham, viajam, estão juntos conosco. (Jonas. 1:4,5). A desobediência de Jonas tirou a tranquilidade da viagem (grande tempestade), provocou um grande prejuízo financeiro (lançavam ao mar a carga que estava no navio).
(4) Ausência de oração nos faz indiferentes, petrificados, insensíveis etc...” Os marinheiros, cheios de medo, clamavam... lutavam para aliviar o peso. Jonas, porém, havia descido ao porão, se deitado e dormia profundamente". (Jonas. 1:5). É terrível quando alguém ignora o que está acontecendo em sua família, com vizinhos, na empresa, na escola, na igreja e diz: "Não tenho nada a ver com isso... não me diz respeito... eu deito e durmo...". Jonas estava indiferente em relação a sua própria vida. "Tomai-me e lançai-me ao mar..." (1:12).
(5) Nada mais terrível para um cristão do que ser repreendido pelo mundo. Jonas foi repreendido pelos pagãos (Jonas. 1:6).
(6) Quando não oramos, nossa vida se torna uma contradição, uma incoerência... Quando interrogamos Jonas, ele disse: "Temo ao Senhor... (1:9) isso não era o que se verificava no seu comportamento. Ausência de oração nos faz dizer uma coisa e viver outra. Diante do interrogatório justifica sua fé e temor, mas é uma fé e temor que não produzem oração.
III) O que acontece quando oramos:
1. Jonas orou quando a única saída era orar (Jonas 2:1). Não espere para orar quando estiver no "ventre do peixe"... Na minha angústia, clamei ao Senhor (Jonas. 2:2); ...do ventre do abismo, gritei... (Jonas. 2:2). Quando desfalecia a alma ele se lembrou do Senhor (Jonas. 2:7);
2. A oração sincera faz com que Deus nos tire do "ventre do peixe"(Jonas. 2;10)
3. Quando oramos Deus volta a falar conosco dando-nos uma segunda oportunidade (Jonas 3:1).
4. A oração repele todo sentimento de insubmissão e nos faz servos obedientes... "Levantou-se, pois, Jonas e foi a Nínive, e segundo a palavra do Senhor". (Jonas. 3:2). Toda insubmissão é resultado de uma vida pobre de oração. Não se engane, quando deixamos de orar o velho homem orgulhoso, soberbo, arrogante, presunçoso assume o domínio da nossa vida.
5. Os resultados de tudo o que eu faço para Deus, depende do quanto eu levo a sério minha vida de oração. Nada acontece por acaso, o texto diz que Jonas pregou e os ninivitas creram e se arrependeram... (Jonas. 3:5)
Pr. Jonas Madureira – Pr. Batista (Igreja Batista da Palavra – SP), teólogo, filósofo, escritor e conferencista.

